As cheias dos rios no Amazonas já colocaram 13 municípios em situação de emergência, impactando mais de 144 mil pessoas, segundo a Defesa Civil. O Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos prevê que as enchentes continuem até pelo menos junho, com nove calhas de rios ainda em processo de cheia. Municípios como Humaitá, Boca do Acre e Guajará estão entre os mais afetados, enquanto outros 36 permanecem em estado de atenção e 13 em alerta.
Dois fenômenos climáticos explicam o aumento do volume dos rios: o Inverno Amazônico, que trouxe chuvas acima da média até maio, e os efeitos residuais do La Niña, que intensificou as precipitações no início de 2025. O transbordamento do Rio Madeira já cobriu trechos da BR-230, a Transamazônica, isolando comunidades e dificultando o transporte. Moradores enfrentam longas esperas e custos elevados para atravessar as áreas alagadas, enquanto o comércio local sofre com o aumento nos preços de combustível e gás devido às rotas alternativas.
Na zona rural de Humaitá, as enchentes devastaram plantações e interromperam atividades escolares, com o rio atingindo 23,44 metros, próximo do recorde histórico de 25,63 metros. A Defesa Civil já registrou 16 mil pessoas afetadas somente nessa região, enquanto alimentos são enviados para áreas críticas. A situação deve se agravar nos próximos meses, exigindo ações contínuas de apoio às populações atingidas.