A análise realizada por organizações de caridade revelou que a espera por moradias sociais com três quartos ou mais em partes da Inglaterra ultrapassa 100 anos, situação descrita como “escândalo nacional” e “ludíbrio”. O estudo, conduzido pela National Housing Federation (NHF), Crisis e Shelter, identificou que em 32 áreas administrativas do país, o tempo de espera para esse tipo de habitação excede 18 anos – equivalente a toda uma infância. As entidades alertam para a gravidade da crise, que afeta especialmente famílias de baixa renda.
As instituições defendem a construção de 90 mil moradias sociais por ano para suprir a demanda crescente. O déficit habitacional tem pressionado milhares de famílias, muitas das quais acabam em acomodações temporárias ou inadequadas. O relatório destaca a urgência de medidas governamentais para reverter o cenário, que se agravou nas últimas décadas devido à falta de investimentos em habitação popular.
O problema é particularmente crítico em regiões com alta densidade populacional, onde a oferta de imóveis acessíveis é insuficiente. As organizações enfatizam que a escassez de moradias sociais não apenas prejudica a qualidade de vida das famílias, mas também aumenta a desigualdade e a instabilidade social. A cobrança por políticas públicas eficientes ganha força diante dos números alarmantes, que refletem um sistema em colapso.