O chanceler da China, Wang Yi, declarou que os países da América Latina não são “quintal” de nenhuma nação, em resposta a comentários do secretário de Defesa dos Estados Unidos, que se referiu à região como uma área a ser “recuperada” pelos EUA. A declaração foi divulgada pela Embaixada chinesa no Brasil, destacando que os latino-americanos buscam independência e não aceitam doutrinas de dominação. O embate ocorre em meio a tensões comerciais e geopolíticas entre as duas potências.
O secretário de Defesa norte-americano havia acusado a China de expandir sua influência na América Latina através de acordos de infraestrutura e endividamento, afirmando que o governo atual pretende reverter esse cenário. Wang Yi, por sua vez, enfatizou que a região aspira a construir seu próprio futuro, rejeitando a ideia de ser controlada por interesses externos. O Panamá, recentemente, recuou de um projeto chinês após pressão dos EUA, evidenciando a disputa por influência na área.
A crescente rivalidade entre China e Estados Unidos tem impactado relações diplomáticas e econômicas, com medidas como tarifas comerciais e disputas estratégicas, como a do Canal do Panamá. Enquanto Pequim defende cooperação e desenvolvimento mútuo, Washington busca conter sua expansão, gerando atritos que reverberam na América Latina. O posicionamento do chanceler chinês reflete uma tentativa de consolidar a imagem da China como parceira, em contraste com a retórica de confronto.