Um cirurgião plástico condenado em duas instâncias por abuso sexual de uma menor foi homenageado com uma medalha durante uma sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O evento foi organizado por um deputado estadual, que afirmou não ter conhecimento prévio da condenação e declarou que participou por questões protocolares. A honraria foi concedida por uma associação de veteranos de missões de paz, que alegou não estar ciente do processo judicial ao indicar o médico.
A entidade responsável pela condecoração informou que realizará uma investigação interna e destacou que a medalha não tem vinculação com a Alesp ou com o deputado. A assembleia esclareceu que apenas cedeu o espaço para o evento e que a honraria não faz parte de suas distinções oficiais. O médico, que nega as acusações e recorre da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi condenado em junho de 2024, em processo que tramita em segredo de justiça.
O caso veio à tona após reportagem da imprensa, levando o deputado a anunciar que buscará a revogação da homenagem. A associação afirmou que baseou a indicação em documentos e informações disponíveis publicamente, mas reforçou que não tolera condutas criminosas. O incidente levantou discussões sobre os critérios para concessão de honrarias e a necessidade de maior apuração antes de tais reconhecimentos.