Há dois anos, Renato Franklin assumiu como CEO do Grupo Casas Bahia (BAHI3) em um momento desafiador, marcado por alto endividamento e dispersão de operações. A empresa, conhecida por sua liderança em vendas de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, havia diversificado excessivamente seus negócios no pós-pandemia, incluindo iniciativas como marketplace e fintech, que consumiam capital sem gerar retorno. Franklin implementou uma estratégia de foco disciplinado, cortando custos, reduzindo estoques e reestruturando a dívida de R$ 4 bilhões, alongando prazos e reduzindo juros para aliviar a pressão financeira.
A companhia já apresenta sinais de recuperação, com crescimento nas vendas físicas e no crediário, além de melhora nas margens operacionais. No entanto, ainda há desafios, como a necessidade de reduzir a dívida pela metade (para cerca de R$ 2 bilhões) e aumentar a eficiência operacional para garantir sustentabilidade. Franklin destacou que a transformação está na metade do caminho, com expectativa de resolver a estrutura de capital até 2026, quando a empresa poderá retomar um ciclo de crescimento.
A estratégia inclui monetização de créditos fiscais, renegociação de passivos trabalhistas e a possível conversão de parte da dívida em ações, a critério dos bancos credores. Apesar dos avanços, o CEO evitou dar prazos específicos para o retorno ao lucro, ressaltando que a prioridade imediata é consolidar um fluxo de caixa positivo e reduzir a alavancagem, preparando a empresa para enfrentar cenários macroeconômicos adversos com maior resiliência.