Entre 2010 e 2022, o Brasil registrou avanços significativos na infraestrutura urbana, com a proporção de moradores em vias sem calçadas caindo de 32,7% para 15,7%, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. No entanto, oito em cada dez brasileiros ainda enfrentam obstáculos como buracos e desníveis perto de suas residências. Distrito Federal e Goiás lideram em acessibilidade, com mais de 90% das ruas calçadas, enquanto o Amapá apresenta o menor índice, com apenas 57,1%. Apesar do progresso, apenas 18,8% dos domicílios têm calçadas totalmente livres de barreiras.
A pavimentação também melhorou, atingindo 88,5% da população, com estados como São Paulo e Minas Gerais acima de 95%. Por outro lado, Pará e Rondônia estão entre os com menores índices, abaixo de 80%. O estudo destacou ainda que 90,8% dos brasileiros vivem em ruas que permitem a passagem de veículos grandes, como caminhões, embora capitais como Salvador e Recife apresentem percentuais bem menores. A iluminação pública está presente em 97,5% dos locais, mas apenas 8,8% dos moradores têm ponto de ônibus próximo, um indicador considerado baixo pelos especialistas.
O IBGE ressaltou a importância das calçadas e da pavimentação para a qualidade de vida, destacando benefícios como valorização imobiliária, redução de poluição e incentivo a transportes sustentáveis. A pesquisa, que abrangeu 11,4 milhões de trechos urbanos, reforça a necessidade de investimentos contínuos para superar desigualdades regionais e garantir acessibilidade universal. Enquanto os avanços são evidentes, os desafios persistem, especialmente em grandes cidades com geografia complexa e áreas de ocupação irregular.