Em 12 anos, a proporção de brasileiros que vivem em ruas com rampas para cadeirantes quadruplicou, passando de 3,88% em 2010 para 15,2% em 2022, segundo dados do Censo divulgados pelo IBGE. O estudo analisou 11,4 milhões de trechos de vias urbanas, cobrindo 85,75% da população. Apesar do avanço, menos da metade dos estabelecimentos de saúde (47,2%) e apenas 31,8% das escolas possuem rampas, evidenciando desafios persistentes na acessibilidade.
As disparidades regionais são marcantes: Mato Grosso do Sul lidera com 41,1% da população em vias acessíveis, enquanto Amazonas (5,6%) e Pernambuco (6,2%) estão entre os menos avançados. Em nível municipal, Barra Bonita (SC) se destaca com 90,9% de cobertura, seguida por cidades do Paraná, que concentra 11 dos 15 municípios com melhores índices. No entanto, um terço das cidades brasileiras tem menos de 5% de vias adaptadas.
O IBGE ressaltou que a metodologia do Censo 2022 considerou apenas rampas exclusivas para cadeirantes e travessias elevadas, excluindo rampas de garagem. A Lei da Acessibilidade (10.098/2000) foi citada como um fator potencial para o progresso, embora o instituto não avalie motivações específicas. A comparação com 2010 manteve validade, mesmo com ajustes nos critérios, reforçando a tendência de melhoria na infraestrutura urbana inclusiva.