O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, mostra que o Brasil registrou progressos significativos em infraestrutura urbana na última década, mas ainda enfrenta desigualdades persistentes. Em 2022, 88,5% da população urbana vivia em ruas pavimentadas, enquanto 11,2% (19,5 milhões de pessoas) residiam em vias sem qualquer pavimentação. A iluminação pública atingiu 97,5% dos moradores, e a presença de calçadas subiu para 84%, mas apenas 18,8% das ruas tinham calçadas livres de obstáculos, e 15,2% contavam com rampas para cadeirantes, indicando desafios na acessibilidade.
Outros aspectos, como drenagem e arborização, também apresentaram melhorias, mas permanecem aquém do ideal. Bueiros ou bocas de lobo estavam presentes em 53,7% das vias urbanas, enquanto 66% da população vivia em ruas arborizadas. A mobilidade mostrou que 90,8% dos brasileiros em áreas urbanas residiam em locais com capacidade para veículos grandes, como ônibus e caminhões, mas 2,9% (5 milhões) estavam em vias restritas a pedestres e bicicletas. As disparidades regionais são evidentes, com estados como São Paulo e Minas Gerais apresentando índices superiores a 94% de pavimentação, enquanto no Pará, Amapá e Maranhão esse percentual cai para menos de 78%.
O estudo também analisou o entorno de escolas e unidades de saúde, revelando que quase todos os estabelecimentos tinham iluminação pública, mas apenas 47,2% dos postos de saúde e 31,8% das escolas possuíam rampas para cadeirantes. Calçadas sem obstáculos estavam disponíveis em menos da metade desses locais. O levantamento, que abrangeu 341 mil setores censitários urbanos, incluindo favelas e comunidades tradicionais, destaca avanços, mas evidencia a necessidade de políticas públicas para reduzir as desigualdades e universalizar o acesso a infraestrutura básica.