O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE, mostra que 84% da população brasileira vive em ruas com calçadas, um avanço em comparação aos 66% registrados em 2010. No entanto, a acessibilidade ainda é um problema: apenas 15% dos cidadãos residem em vias com rampas para cadeirantes, e menos de 19% das calçadas estão livres de obstáculos. Estados como Sergipe e Rio Grande do Norte lideram em infraestrutura para pedestres, enquanto o Amapá e o Piauí apresentam os piores índices.
A pesquisa destacou que, apesar do progresso, a qualidade das calçadas ainda é um desafio, com buracos, desníveis e mobiliário urbano dificultando a circulação, especialmente para idosos e pessoas com deficiência. Municípios como Maringá, no Paraná, se destacam em acessibilidade, enquanto 1.864 cidades têm menos de 5% de suas vias adaptadas. A Lei da Acessibilidade, que prevê infraestrutura inclusiva, ainda não é uma realidade em grande parte do país.
O estudo também revelou casos peculiares, como Afuá (PA), onde apenas 0,9% da população tem calçadas devido à configuração urbana baseada em pontes e passarelas. Em contraste, cidades do interior de São Paulo, como Buritizal, atingem 100% de cobertura. O IBGE enfatiza a importância de calçadas adequadas para segurança, inclusão e promoção de transportes sustentáveis, mas os dados mostram que há um longo caminho a percorrer para garantir acessibilidade universal no Brasil.