Atualmente, todo o pistache consumido no Brasil é importado, com os Estados Unidos e o Irã dominando o mercado global. Nos últimos anos, as importações do fruto triplicaram no país, passando de 350 toneladas em 2022 para mais de mil toneladas até novembro de 2024. Diante desse cenário, agricultores cearenses iniciaram um projeto para testar o cultivo do pistache na Serra da Ibiapaba, região com clima mais ameno que poderia, em tese, atender às necessidades da planta.
O pistacheiro, originário do Oriente Médio, exige climas quentes, mas com invernos frios, com temperaturas abaixo de 10°C por dois a três meses. Esse é um dos maiores desafios para a adaptação da planta no Ceará, onde o inverno não costuma ser rigoroso. A Embrapa ainda não formalizou parcerias para pesquisas, e o processo de importação de material genético e adaptação pode levar anos. Se bem-sucedido, porém, o cultivo só começaria a dar frutos após uma década.
A iniciativa, liderada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), inspira-se em experiências internacionais, como as plantações na Califórnia e na Argentina. Além da adaptação climática, outro obstáculo é a estruturação da cadeia de processamento. Estudos preliminares sugerem que o pistache poderia ser cultivado em outras regiões do Brasil, como o polo de Petrolina e Juazeiro, ou no Sul e Sudeste, mas até agora o Ceará é o único a dar os primeiros passos concretos.