A primeira edição da Taça dos Povos Indígenas, inicialmente marcada para este sábado, enfrenta incertezas após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicar a retirada de seu apoio ao torneio. A competição, que recebeu chancela da entidade em setembro de 2024, foi organizada por uma empresa privada, mas, segundo a CBF, faltaram informações essenciais, como datas, formato e número de jogos, para que a confederação pudesse estruturar seu envolvimento. A empresa responsável, Four X Entertainment, alega que esperava colaboração técnica da CBF, conforme acordado em documento assinado pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, em junho de 2024.
A CBF justificou a decisão citando “prioridades e capacidade atual”, em e-mail enviado em 1º de abril, mas, em nota oficial, afirmou que continua chancelando o evento. O Ministério dos Povos Indígenas, que apoia a competição, sugeriu a ampliação do torneio para incluir mais etnias, o que teria atrasado o envio de detalhes à CBF. Além disso, a confederação mencionou uma pendência entre a Four X e a Seleção Indígena de Futebol do Brasil e das Américas (SIFBA), que se autodenomina responsável pelo futebol indígena no país — alegação contestada pela organizadora.
A etapa inicial do torneio, prevista para ocorrer na Aldeia Multiétnica (GO) entre 26 e 30 de novembro, foi adiada devido às chuvas. A organização solicitou uma nova reunião com a CBF até 19 de abril, data que coincide com o Dia dos Povos Indígenas. Enquanto isso, a SIFBA deve se pronunciar sobre o impasse até o fim da semana. O torneio, idealizado para promover a inclusão social por meio do futebol, agora aguarda definições para seguir adiante.