Os irmãos Menéndez, condenados à prisão perpétua em 1996 pelo assassinato dos pais em 1989, buscam uma revisão de sua sentença em audiências realizadas nesta quinta (17) e sexta-feira (18) em Los Angeles. O caso, que chocou os EUA na década de 1990, ganhou nova atenção após a divulgação de alegações de abusos sexuais e psicológicos sofridos pelos réus durante a infância, além do apoio de familiares e da revisão de promotores. Detidos há 34 anos, os irmãos podem ter a pena reduzida para 50 anos, o que permitiria pedir liberdade condicional.
O crime ocorreu em uma mansão em Beverly Hills, onde o casal foi encontrado morto a tiros. Inicialmente, os filhos não eram suspeitos, mas entraram no radar da polícia após gastos extravagantes com a herança. A confissão de um dos irmãos a um psicólogo, gravada sem seu conhecimento, foi crucial para a condenação. O julgamento, um dos primeiros televisionados nos EUA, revelou ao público alegações de abusos prolongados pelo pai, com cumplicidade da mãe, embora essas provas tenham sido descartadas no segundo julgamento.
Recentemente, a Netflix reviveu o caso na série “Monstros: Irmãos Menendez”, reacendendo o debate sobre a justiça aplicada. O promotor George Gascon defende a redução da pena, argumentando que o sistema judiciário evoluiu na compreensão de crimes envolvendo trauma infantil. Se a revisão for aprovada, os irmãos poderão pleitear liberdade condicional, marcando um novo capítulo em um dos casos mais midiáticos da história criminal americana.