Um incidente ocorrido em uma escola particular na zona oeste do Rio de Janeiro trouxe à tona discussões sobre inclusão e violência contra crianças com autismo. Em setembro do ano passado, um aluno de 11 anos, diagnosticado com transtorno do espectro autista, teria sido agredido por um professor de capoeira durante uma aula. Segundo relatos, o episódio começou após a criança demonstrar frustração ao não conseguir realizar um exercício, resultando em uma confusão com colegas. A mãe do menino afirmou que o educador reagiu com violência, imobilizando-o pelo pescoço e jogando-o no chão, alegação negada pela defesa do professor, que classificou o ato como uma medida de contenção.
A escola aplicou uma suspensão de dois dias ao aluno, sob a justificativa de desrespeito ao professor e agressão a colegas. A família, no entanto, criticou a falta de transparência da instituição, que só permitiu o acesso às imagens do ocorrido seis meses depois, durante uma audiência. A mãe relatou que o trauma afetou profundamente o comportamento da criança, que passou a apresentar crises de ansiedade e autoagressão, necessitando de atendimento médico e transferência para aulas em casa.
O estabelecimento de ensino informou que tomou as medidas cabíveis e que o professor não faz mais parte do quadro funcional. O caso levanta questões sobre a preparação de educadores para lidar com estudantes neurodivergentes e a necessidade de protocolos claros para evitar situações semelhantes. Enquanto a família busca reparação, o debate sobre inclusão e segurança nas escolas ganha destaque.