O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte rejeitou o pedido de impugnação apresentado pelos proprietários de um imóvel na Avenida do Contorno, confirmando o tombamento definitivo da residência. A casa, projetada pelo arquiteto Sylvio de Vasconcellos na década de 1950, abrigava obras de arte integradas ao patrimônio, como uma pintura de Guignard e uma escultura de Weissmann, retiradas pelos donos durante reformas não autorizadas. O conselho afirmou que os processos de tombamento foram devidamente notificados e que o imóvel é considerado uma “obra de arte total”, exigindo a reintegração das peças removidas.
A polêmica ganhou destaque após uma denúncia anônima e uma reportagem que revelou o desaparecimento das obras, incluindo um mural de Guignard avaliado em R$ 15 milhões. Os proprietários alegam que nunca foram formalmente notificados sobre o tombamento e que as peças eram bens móveis, portanto, de sua propriedade. No entanto, documentos do processo indicam que as obras estavam registradas como partes integrantes do imóvel, levando o Ministério Público a abrir investigação sobre o caso.
A família proprietária, por meio de sua advogada, afirmou que agiu dentro da lei e que contestará as decisões judicialmente. Com o tombamento confirmado, a prefeitura embargou as reformas e determinou a preservação do imóvel em sua forma original. O caso destaca a tensão entre direitos de propriedade e a preservação do patrimônio cultural, com repercussões que podem influenciar futuros processos similares em Belo Horizonte.