Um cardeal envolvido em um escândalo de corrupção no Vaticano declarou que participará do conclave para eleger o sucessor do papa Francisco, mesmo tendo sido excluído da lista de eleitores divulgada pela Santa Sé. Ele argumenta que seus direitos como cardeal permanecem intactos, citando um convite recente para um consistório como prova de que suas prerrogativas não foram revogadas. No entanto, o Vaticano esclareceu que a participação em eventos da Igreja não implica direito a voto no conclave.
O religioso foi condenado em 2023 a mais de cinco anos de prisão por peculato e abuso de poder, após investigações sobre desvios de recursos em uma aquisição imobiliária. Apesar da sentença, ele recorreu e segue em liberdade, mantendo-se como membro do Colégio de Cardeais, embora sem direito a votar na eleição papal. O caso levantou questões sobre as regras que governam a participação no conclave e a aplicação de penalidades a membros da alta hierarquia da Igreja.
A situação ilustra os desafios enfrentados pelo Vaticano em lidar com controvérsias internas enquanto se prepara para uma transição de poder. Embora o cardeal insista em sua legitimidade para participar do processo, a posição oficial da Santa Sé indica que sua influência na eleição será limitada. O episódio reforça a complexidade das normas canônicas e a tensão entre justiça eclesiástica e direitos individuais dentro da estrutura da Igreja Católica.