O cardeal Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, afirmou que definitivamente não será o próximo papa, mas destacou a importância de sua participação no conclave que elegerá o sucessor de Francisco. Com quase 80 anos — idade limite para votar —, Nichols quase perdeu a chance de participar do processo, já que acreditava que o pontífice, que se recuperava de uma pneumonia, não deixaria o cargo tão cedo. Ele descreveu a tarefa de escolher o novo líder da Igreja como “intimidadora”, mas enfatizou o compromisso dos cardeais em discernir a vontade de Deus acima de interesses políticos ou externos.
O conclave, marcado para após o funeral de Francisco, reunirá 135 cardeais com menos de 80 anos na Capela Sistina para uma série de votações. Nichols, que lidera seis milhões de católicos em sua região, compartilhou lembranças pessoais do papa, destacando sua serenidade mesmo sob pressão. Em um encontro há dois anos, Francisco surpreendeu o cardeal ao retribuir um presente com um livro e um cartão manuscrito, gesto que Nichols considerou memorável.
Enquanto se prepara para o conclave, o cardeal britânico reforçou o caráter espiritual da missão, minimizando especulações sobre apostas ou manobras políticas. “Este é um grupo de homens tentando discernir a vontade de Deus. É a única coisa que importa”, afirmou. O processo, que elegerá o 267º pontífice, será conduzido em um ambiente de oração e reflexão, com o objetivo de guiar os 1,4 bilhão de católicos do mundo.