Canetas contendo medicamentos para emagrecimento, como Mounjaro e Wegovy, têm sido contrabandeadas para o Brasil em volume crescente, segundo a Receita Federal. Passageiros estão usando métodos criativos para burlar a fiscalização, como esconder os produtos em estojos escolares, potes de cosméticos ou até mesmo em roupas íntimas. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, foram apreendidas 470 canetas, número que já supera o total de 292 confiscadas em todo o ano passado.
Os medicamentos, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, agem no controle do apetite e da glicose, mas seu uso sem prescrição médica pode causar efeitos colaterais graves, como náuseas, pancreatite e hipoglicemia. No Brasil, onde ainda não são vendidos legalmente em farmácias, as canetas são comercializadas ilegalmente por até R$ 5 mil, enquanto na Europa o preço gira em torno de R$ 1.200. A previsão é que o produto seja liberado no mercado nacional a partir de 7 de junho.
A Anvisa alerta que a popularidade desses medicamentos, somada à oferta limitada, tem impulsionado o comércio clandestino, colocando a saúde dos consumidores em risco e dificultando o acesso seguro para quem realmente precisa do tratamento. As autoridades reforçaram a fiscalização em aeroportos, com foco em mapear voos e passageiros suspeitos de envolvimento no contrabando.