O presidente do Congresso do Peru, Eduardo Salhuana, cancelou uma visita ao Brasil programada para a próxima semana, após o governo brasileiro conceder asilo diplomático a uma ex-primeira-dama peruana. A decisão foi tomada seguindo recomendações do Ministério das Relações Exteriores do Peru, que avaliou o momento como inadequado devido ao impacto político do caso no país. A comitiva, que incluiria um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), foi adiada por “razões de força maior”, segundo organizadores.
O asilo, concedido com base em convenções internacionais, gerou comoção no Peru, mas analistas acreditam que não deve afetar as relações econômicas e comerciais entre os dois países. Salhuana destacou que o Peru agiu dentro do direito internacional ao autorizar o salvo-conduto, evitando assim um possível conflito diplomático com o Brasil, seu principal parceiro comercial. O governo peruano solicitou que o chanceler Elmer Schialer explique ao Congresso as razões legais e políticas por trás da decisão.
A ex-primeira-dama e seu filho chegaram ao Brasil na quarta-feira (16) e agora passam por procedimentos de regularização migratória. A Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954, permite que países concedam asilo a perseguidos políticos sem obrigação de justificativa. O Itamaraty confirmou a concessão, reiterando o cumprimento dos trâmites legais, enquanto autoridades peruanas evitam comentários públicos sobre o caso.