Uma comitiva liderada pelo presidente do Congresso do Peru cancelou sua visita ao Brasil, marcada para a próxima semana em São Paulo, após o governo brasileiro conceder asilo diplomático a uma ex-primeira-dama peruana. A decisão foi tomada seguindo recomendações do Ministério das Relações Exteriores do Peru, que avaliou o momento como inadequado para a agenda, devido ao ruído político gerado pelo episódio. A Câmara de Comércio Brasil-Peru, responsável pela organização do evento, confirmou o adiamento, citando “razões de força maior”.
Embora o asilo não deva afetar significativamente as relações bilaterais, especialmente nos âmbitos econômico e comercial, o tema causou comoção no Peru. Autoridades peruanas afirmaram que o governo agiu dentro das normas internacionais ao conceder o salvo-conduto, evitando assim um possível atrito diplomático com o Brasil, principal parceiro comercial do país. Um interlocutor familiarizado com o caso destacou que a situação deve ser superada, preservando a histórica relação de amizade entre as nações.
O asilo foi concedido com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, que permite a proteção a perseguidos políticos. A ex-primeira-dama e seu filho já estão no Brasil, onde passarão pelos procedimentos de regularização migratória. O governo peruano solicitou que seu chanceler explique ao Congresso as razões legais e políticas por trás da decisão, buscando esclarecer o posicionamento adotado.