O cancelamento do leilão de reserva de capacidade, previsto para junho, foi classificado como uma frustração de expectativas, mas também como uma oportunidade para aprimorar as regras do setor energético. Durante o evento Gas Week 2025, promovido pela Agência Eixos, representantes do governo destacaram que a revogação da portaria permitirá revisar o processo de contratação, tornando-o mais aberto e competitivo. A medida original incluía a contratação de dez produtos, como termelétricas a gás e biocombustíveis, além da expansão de hidrelétricas, com prazos entre 2025 e 2030.
Gustavo Ferreira, do Ministério da Fazenda, afirmou que a seleção de fontes energéticas deve priorizar a oferta mais barata, independentemente da tecnologia utilizada. Ele defendeu que a neutralidade tecnológica permitirá que as fontes mais competitivas prevaleçam, reduzindo custos e incentivando inovações. O cancelamento do leilão, segundo ele, serve como aprendizado para que o governo implemente demandas do sistema de forma mais transparente e eficiente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adiantou que uma nova consulta pública sobre o leilão será lançada em breve, com prazo reduzido de 15 dias. A expectativa é que as mudanças em discussão resultem em um modelo mais flexível, capaz de atrair investimentos e modernizar a matriz energética brasileira. O debate reforça a busca por equilíbrio entre segurança no abastecimento e sustentabilidade econômica.