Milhões de canadenses estão reconsiderando suas viagens aos EUA devido às recentes tensões diplomáticas e medidas impostas pelo governo norte-americano. Dados oficiais mostram uma queda de 23% nas viagens por carro e 13% nos voos em fevereiro de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior. Movimentos como o #BuyCanadian e declarações de figuras públicas incentivam o boicote a produtos e destinos turísticos americanos, refletindo um descontentamento generalizado.
O clima de incerteza foi agravado por tarifas sobre produtos canadenses, ameaças de anexação e casos de tratamento rigoroso na fronteira, como o de uma atriz detida por 12 dias. O ex-primeiro-ministro Justin Trudeau e o atual premiê, Mark Carney, reforçaram a mensagem de que os canadenses devem priorizar o turismo local. Especialistas alertam que uma redução de 10% nas viagens pode custar aos EUA mais de US$ 2 bilhões anuais e 14 mil empregos.
Setores como aviação, imobiliário e hospitalidade já sentem o impacto, com cancelamentos de voos e mudanças de destinos para países como México e Espanha. Enquanto os EUA registravam crescimento recorde no turismo, a deterioração das relações com o Canadá — seu maior mercado de visitantes — ameaça afetar pequenas e grandes empresas. O boicote, visto como uma defesa de valores como inclusão e direitos humanos, também ganhou apoio em outros países que emitiram alertas sobre viagens aos EUA.