A Corregedoria da Polícia Militar constatou que três policiais mentiram em seus depoimentos sobre um tiroteio que deixou um motorista de aplicativo ferido. Imagens de câmeras corporais mostram que os agentes atiraram repetidamente contra o veículo da vítima, que foi confundida com um criminoso. Os registros desmentem as alegações dos policiais, incluindo a suposta ordem de parada e a justificativa de que haveria um SUV suspeito. Diálogos revelam que a vítima, já baleada e sangrando, tentou se explicar, mas foi questionada de forma agressiva.
O relatório da Corregedoria aponta indícios de crime doloso, descartando legítima defesa. Enquanto o inquérito segue para a Justiça Militar, a família do motorista enfrenta dificuldades financeiras e falta de apoio do governo. O homem, que ainda tem projéteis alojados no corpo, sofre com sequelas físicas e psicológicas, dependendo de medicamentos para dormir. Pedidos de indenização e auxílio médico foram negados, deixando a família sem recursos para cobrir despesas básicas.
Imagens de segurança mostram o momento em que os policiais efetuaram 18 disparos contra o carro, inclusive perto de uma criança. A vítima, que estava abastecendo o veículo, sobreviveu por sorte, segundo seu relato. O caso expõe falhas no atendimento pós-incidente e a lentidão da Justiça, enquanto os agentes envolvidos continuam em serviço. O governo do Rio afirmou que o processo está em fase inicial, mas não explicou a ausência de assistência à família.