Em menos de quatro meses de 2025, o número de mortes durante intervenções da Polícia Militar (PM) em Piracicaba já superou o total registrado em todo o ano de 2024. Especialistas e autoridades destacam a importância de equipamentos como câmeras corporais e armas menos letais para reduzir a letalidade em confrontos. O ouvidor da polícia estadual afirmou que esses dispositivos protegem tanto civis quanto policiais, fornecendo transparência às ações e justificando condutas quando necessário. No entanto, a região de Piracicaba ainda não recebeu as câmeras, embora o estado de São Paulo já tenha distribuído mais de 10 mil unidades em outras áreas.
Um caso recente que ganhou repercussão foi a morte de um jovem durante uma abordagem policial, em que a PM alegou resistência, mas testemunhas contestaram a versão. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apontou excesso de força, enquanto a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que investiga e pune desvios de conduta. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que batalhões com câmeras corporais tiveram redução de até 76,2% nas mortes de policiais em serviço entre 2019 e 2022, além de diminuírem significativamente as vítimas civis.
A SSP informou que está ampliando a distribuição de câmeras, com previsão de mais 1.875 novas unidades, mas não detalhou se Piracicaba será incluída. Enquanto isso, o debate sobre o uso de força letal continua, com o ouvidor reforçando que armas de fogo só devem ser usadas em situações de risco iminente à vida do agente ou de terceiros. O aumento de mortes em 2025 acendeu o alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes na redução da violência durante operações policiais.