Um levantamento revelou que 88,2% dos requerimentos de vereadores que solicitavam informações à Prefeitura de São José dos Campos foram rejeitados durante votações na Câmara Municipal em 2025. Dos 144 pedidos protocolados, apenas 13 foram aprovados, enquanto 97 foram barrados pela base aliada do prefeito, que detém a maioria dos votos. Os temas rejeitados incluíam saúde, educação, obras atrasadas e transporte público, enquanto os aprovados tratavam de questões como fiscalização de estabelecimentos e casos específicos na rede municipal de ensino.
Especialistas em direito e gestão política avaliaram que a prática, embora legítima dentro do jogo democrático, pode prejudicar a transparência e o diálogo entre os poderes. Professores entrevistados destacaram que a blindagem sistemática do Executivo pela maioria parlamentar limita o controle público e pode excluir demandas legítimas da população. A prefeitura, em nota, afirmou respeitar a autonomia da Câmara e destacou que os vereadores têm outras ferramentas, como ofícios e reuniões diretas, para obter informações.
Vereadores da oposição e independentes criticaram a rejeição em massa, argumentando que ela impede a fiscalização e o acesso da população a dados essenciais. Já os parlamentares da base governista defenderam que optam por métodos mais ágeis, como ofícios diretos, para evitar burocracia. A polarização reflete tensões políticas pós-eleitorais, com debates sobre ética, transparência e o papel do Legislativo na democracia local.