O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, um pedido de cassação do mandato de um parlamentar, gerando forte reação da oposição. Deputados do Psol e do PT anunciaram obstrução às votações em protesto, classificando a decisão como um ataque à esquerda e à democracia. A líder do Psol afirmou que a medida é “autoritária e absurda”, enquanto o líder do PT destacou que a Casa enfrenta uma “crise de enormes proporções”, especialmente após um deputado iniciar greve de fome e uma colega de partido, de 90 anos, juntar-se ao protesto.
O processo de cassação foi aberto a pedido de um partido, que acusou o parlamentar de quebrar o decoro ao expulsar um manifestante durante um incidente filmado no ano passado. O deputado em questão defendeu-se, alegando que reagiu a provocações. Enquanto isso, críticos da obstrução argumentaram que a medida prejudica a votação de projetos de interesse público, como um programa de saúde mental para idosos, aprovado logo após a polêmica.
A situação expôs tensões no Legislativo, com questionamentos sobre o horário das votações e a condução do processo. A decisão final sobre a cassação caberá ao Plenário, mas o episódio já polarizou o debate, colocando em xeque a dinâmica política e ética da Casa.