A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, em definitivo, o projeto de lei que autoriza o uso de arma de fogo pela Guarda Municipal (GM). A proposta, que já tramitava desde 2018, recebeu 43 votos favoráveis e sete contrários, repetindo o placar da primeira votação. Agora, o próximo passo será regulamentar como a mudança será implementada, incluindo questões como a criação de um grupo de elite, contratação de agentes e o uso de câmeras corporais.
O debate sobre o armamento divide opiniões. Vereadores favoráveis argumentam que a medida é necessária para alinhar o Rio a outras capitais, como São Paulo e Belo Horizonte, onde as guardas já são armadas. Já os críticos destacam a falta de um plano técnico de segurança pública, defendendo que a solução não está no aumento da violência, mas em melhorias estruturais, como inteligência e prevenção.
Especialistas apontam a ausência de um Conselho Municipal de Segurança e de um plano claro que justifique o uso de armas. O antropólogo Lenin Pires, da UFF, critica a militarização como resposta única à insegurança, alertando que a GM pode repetir o mesmo modelo sem avanços em tecnologia ou investigação. O tema ganhou força devido à percepção de ineficiência do governo estadual, mas ainda há dúvidas sobre como a medida será executada na prática.