O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem defendido entre aliados uma negociação envolvendo os Três Poderes para impedir a aprovação do PL 2.858/2022, que propõe anistiar os condenados pelos eventos de 8 de janeiro. Motta avalia que pautar o projeto com urgência seria politicamente desgastante, enquanto o líder do PL afirma ter reunido as assinaturas necessárias para acelerar a tramitação, dispensando a análise em comissões. O tema é sensível, com divergências até entre quem apoiou a eleição do presidente da Casa.
Apesar da pressão do PT, partido contrário à anistia, ao menos 144 deputados de legendas governistas assinaram o requerimento de urgência para o projeto. Isso levou o partido a moderar seu discurso, com o líder petista na Câmara sugerindo a redução de penas mediante um acordo de não persecução penal (ANPP), instrumento já oferecido pela PGR aos envolvidos. A ministra de Relações Institucionais também sinalizou abertura para debater a redução de penas no Congresso, mas mantém resistência à anistia de figuras mais relevantes.
O impasse reflete a complexidade do tema, que divide até aliados do governo. Enquanto alguns defendem medidas mais brandas, outros resistem a qualquer flexibilização, especialmente para líderes investigados. A discussão deve seguir em aberto, com o Congresso buscando um equilíbrio entre justiça e reconciliação política.