O Colégio de Líderes da Câmara dos Deputados decidiu adiar a análise do requerimento de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Apesar da pressão de partidos como PL e Novo, líderes representando mais de 400 parlamentares optaram por não incluir o tema na pauta da próxima semana. O relator do projeto sinalizou a possibilidade de um texto de consenso, incluindo diálogo com o STF, para revisão de penas, mas ressaltou que o Congresso não pode interferir na dosimetria das condenações.
Enquanto apoiadores do projeto reagiram ao adiamento anunciando obstrução dos trabalhos na Casa, o presidente da Câmara afirmou que o tema não está descartado e que há disposição para buscar uma solução negociada. Líderes governistas e de oposição concordaram que eventuais injustiças nas penas devem ser revisadas, mas divergem sobre o alcance da anistia, especialmente em casos envolvendo organizadores dos atos. Negociações em curso buscam separar condenados por depredação daqueles acusados de planejamento golpista.
O impasse reflete a complexidade do tema, com partidos defendendo desde a revisão pontual de penas até a rejeição total da anistia para crimes contra a democracia. Enquanto isso, a Câmara deve priorizar votações sobre educação e outros temas remanescentes na próxima semana, deixando a discussão sobre anistia para um momento posterior, possivelmente após maior articulação com o STF e entre as bancadas.