A produção de café no Brasil na safra 2025/2026 deve ser menor que a anterior, mantendo os preços elevados para o consumidor. Segundo o Cecafé, a colheita de café arábica, principal variedade do país, cairá 13%, enquanto o robusta terá aumento de 18%. Mesmo com esse crescimento, o volume total será insuficiente para aliviar os preços no curto prazo, pressionados pela menor oferta e pela alta demanda global. Especialistas indicam que apenas uma colheita abundante e condições climáticas favoráveis no segundo semestre poderiam sinalizar reduções em 2026.
Os preços do café moído acumularam alta de 77,78% em 12 meses, refletindo a escassez global, a valorização do dólar e a especulação nos mercados internacionais. A saca de café atingiu patamares recordes, chegando a US$ 582 em 2024, e ainda se mantém bem acima da média histórica. A indústria tem absorvido parte do impacto para evitar repasses maiores aos consumidores, mas a tendência é de pressão nos preços até o fim do ano.
Fatores climáticos, como geadas e secas, continuam afetando a produção no Brasil e no Vietnã, enquanto a demanda mundial cresce. A nova tarifa de 10% sobre importações nos EUA pode influenciar o mercado, mas seu impacto no Brasil deve ser limitado. O país segue como principal exportador para os americanos, com vendas superando US$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2025, mesmo em um cenário de incertezas.