O Brasil e os demais países do Brics estão trabalhando para incluir os novos membros do grupo na Constelação de Satélites de Sensoriamento Remoto, iniciativa criada em 2021 para reduzir assimetrias tecnológicas e promover a sustentabilidade no espaço. O projeto permite o compartilhamento de dados de satélites já em órbita, com foco no monitoramento de desmatamento, mudanças climáticas e desastres naturais. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Chamon, destacou que a rede será usada para produzir imagens de Belém (PA) antes da COP30, como demonstração das capacidades do grupo.
A constelação atual inclui satélites como o CBERS-4 (Brasil e China), Kanopus-V (Rússia) e Resourcesat-2 (Índia), com estações terrestres em diversos países. Cada nação terá acesso apenas às imagens de seu próprio território. Durante a primeira reunião de ministros do Brics sobre temas espaciais, realizada no Rio de Janeiro, a Rússia propôs a criação de um Conselho Espacial para coordenar projetos, ideia apoiada pelo Brasil, que defende maior formalização da cooperação.
Outro tema debatido foi o aumento do lixo espacial, com mais de 130 milhões de fragmentos orbitando a Terra, segundo a Agência Espacial Europeia. Chamon alertou para os riscos, citando incidentes envolvendo satélites brasileiros. A sustentabilidade orbital e a regulamentação de atividades espaciais foram destacadas como prioridades para o bloco, que busca consolidar sua presença no setor.