Os chanceleres do Brics iniciaram nesta segunda-feira (28) uma reunião no Rio de Janeiro para coordenar uma resposta às políticas comerciais unilaterais que afetam o sistema global de comércio. O grupo, que recentemente expandiu para incluir seis novos membros, como Egito e Arábia Saudita, busca reforçar o multilateralismo e criticar medidas protecionistas, embora evite mencionar diretamente os Estados Unidos no comunicado final. A China, alvo de tarifas elevadas, pressionou por um tom mais duro, mas o consenso deve manter uma crítica genérica.
Além do comércio, o bloco discutirá uma posição comum sobre financiamento climático, tema prioritário para a presidência brasileira em 2024. Nações em desenvolvimento, incluindo a China, enfrentam pressão para contribuir com fundos de adaptação climática, mas o Brics reafirma que a responsabilidade principal cabe aos países ricos. O embaixador brasileiro destacou que a distinção entre obrigações e contribuições voluntárias é essencial nas negociações.
O chanceler Mauro Vieira enfatizou o papel do Brics na promoção da paz e da cooperação multilateral, especialmente em meio a crises globais. O bloco, que representa 40% da população mundial, defende a diplomacia e ações coletivas contra conflitos e instabilidade. A reunião também sinaliza a intenção de reduzir a dependência do dólar, embora a proposta de uma moeda única não esteja em discussão no momento.