Os chanceleres do Brics reuniram-se no Rio de Janeiro para coordenar uma resposta às políticas comerciais unilaterais dos Estados Unidos, destacando a defesa do sistema multilateral de comércio. O grupo, que recentemente incluiu seis novos membros, como Egito e Arábia Saudita, busca reforçar sua posição contra tarifas impostas por Washington, embora a declaração final evite citar diretamente os EUA. A China, alvo de medidas restritivas, pressionou por um tom mais forte, mas o consenso foi manter críticas genéricas a ações unilaterais.
Além do comércio, o Brics discutiu o financiamento climático, tema prioritário para o Brasil, que sediará a cúpula da ONU sobre o clima em novembro. O bloco reafirmou que os países ricos devem arcar com os custos da transição energética nos países em desenvolvimento, resistindo a pressões para que nações como a China contribuam obrigatoriamente. O embaixador brasileiro destacou que a distinção entre quem paga e quem pode contribuir voluntariamente é fundamental.
O chanceler Mauro Vieira enfatizou o papel do Brics na promoção da paz e do multilateralismo, especialmente em um contexto de crises globais. Com 40% da população mundial, o bloco defendeu a cooperação em vez de confrontos, reforçando a necessidade de ações coletivas diante de desafios como conflitos armados e instabilidade política. A reunião serviu como preparação para posições comuns em fóruns internacionais, reforçando a influência do grupo no cenário global.