Os chanceleres do Brics reuniram-se no Rio de Janeiro para coordenar uma resposta às políticas comerciais unilaterais dos Estados Unidos, que têm imposto tarifas elevadas a diversos países. O grupo, que recentemente expandiu para incluir seis novas nações, como Egito e Arábia Saudita, busca reforçar o sistema de comércio multilateral e criticar medidas protecionistas, sem mencionar diretamente os EUA no comunicado final. A China, afetada por tarifas de 145%, pressionou por um tom mais duro, mas o texto manteve um equilíbrio para evitar confrontos diretos.
Além do comércio, o Brics discutiu uma posição comum sobre financiamento climático, tema prioritário para a presidência brasileira do bloco em 2024. Os países em desenvolvimento, incluindo a China, enfrentam pressão para contribuir com fundos de adaptação climática, mas reafirmaram que a responsabilidade principal cabe às nações ricas. O embaixador brasileiro destacou que a distinção entre quem deve financiar a transição energética é “absolutamente fundamental”.
A reunião também destacou o papel do Brics na promoção da paz e do multilateralismo, em um momento de crises globais convergentes. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, enfatizou a importância da cooperação e da diplomacia diante de conflitos armados, instabilidade política e erosão do sistema internacional. O bloco, que representa 40% da população mundial, busca fortalecer o comércio em moedas locais e reduzir a dependência do dólar, embora a proposta de uma moeda única não esteja em discussão no momento.