O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou a importância do Brics na mediação de conflitos regionais e globais durante a abertura do encontro de chanceleres do grupo no Rio de Janeiro. O evento, que precede a cúpula de chefes de Estado em julho, reuniu representantes de 11 países, incluindo a Rússia, em meio a tensões como a guerra na Ucrânia. Vieira enfatizou a necessidade de soluções diplomáticas alinhadas com os princípios da ONU, sem citar diretamente a Rússia, e lembrou iniciativas como o Grupo de Amigos da Paz, criado em parceria com China para promover o diálogo.
Além da Ucrânia, o ministro abordou crises humanitárias como a guerra em Gaza, condenando os bombardeios israelenses e a obstrução de ajuda humanitária, e defendeu a solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense. Também foram mencionados os desafios no Haiti, Sudão e outras regiões instáveis, com apelos por acesso irrestrito à assistência humanitária. Vieira reforçou o papel do Brics como uma coalizão de cooperação, não de confronto, e destacou a necessidade de reformas no Conselho de Segurança da ONU para refletir o mundo multipolar atual.
Sob a presidência temporária do Brasil, o Brics prioriza a cooperação entre países do Sul Global e parcerias para desenvolvimento socioeconômico e ambiental. O grupo, que representa quase metade da população mundial e 39% da economia global, busca ampliar sua influência em temas como energia e tecnologia, dada sua relevância em reservas de terras raras e produção de petróleo. A cúpula de julho no Rio marcará o encerramento da gestão brasileira, que será passada à Índia em 2026.