As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) no Brasil registraram queda firme nesta segunda-feira, acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. O movimento ocorreu após o governo americano anunciar a isenção de tarifas de importação para produtos eletrônicos chineses, como smartphones e laptops, que somaram bilhões em importações em 2024. Entre os contratos mais líquidos, o DI para janeiro de 2026 caiu para 14,695%, enquanto os prazos mais longos, como janeiro de 2033, recuaram para 14,39%, refletindo o alívio no mercado internacional.
O anúncio das isenções tarifárias foi bem recebido pelos investidores, mesmo com a expectativa de novas tarifas sobre semicondutores importados pelos EUA. Analistas destacaram que a medida pode ter um efeito desinflacionário, já que a maior oferta de produtos chineses no Brasil — devido aos custos elevados de exportação para os EUA — pode ajudar a conter pressões de preços. Enquanto isso, o mercado de juros local também reagiu às projeções do Focus, que mantiveram a expectativa de alta de 50 pontos-base na Selic em maio, com inflação ainda acima da meta do Banco Central para 2025 e 2026.
No exterior, os Treasuries de dez anos caíram 12 pontos-base, fechando em 4,372%, sinalizando um cenário de menor aversão ao risco. Especialistas apontam que o conflito comercial entre EUA e China, apesar das tensões, pode criar oportunidades para o BC brasileiro reforçar o controle das expectativas inflacionárias. O dólar também enfraqueceu frente ao real durante a sessão, em um dia marcado pela cautela dos investidores em relação ao futuro da política monetária no Brasil.