O governo brasileiro está planejando um leilão extraordinário de áreas não contratadas do pré-sal para reforçar a arrecadação ainda em 2025, diante da queda nos preços do petróleo e da incerteza global causada pelas tarifas norte-americanas. Segundo fontes, o leilão deve incluir áreas menores nos campos de Tupi, Mero e Atapu, com expectativa de arrecadar pelo menos R$ 20 bilhões mesmo no cenário mais pessimista. A medida visa compensar perdas fiscais, já que o preço do petróleo está abaixo do projetado na lei orçamentária, impactando receitas de royalties e dividendos da Petrobras.
O leilão, que pode ocorrer já em setembro, depende da aprovação de um projeto de lei pelo Congresso e da publicação de um edital pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Fontes destacam que há apoio político para a iniciativa, pois a arrecadação pode evitar contingenciamentos que afetariam emendas parlamentares, um ponto sensível nas negociações orçamentárias. O governo busca equilibrar as contas públicas, com meta de zerar o déficit primário em 2025, tolerando uma margem de até 0,25% do PIB.
A decisão reflete preocupações com o cenário externo, que tem pressionado os preços do petróleo e aumentado a volatilidade econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo adotará medidas adicionais se identificar riscos à meta fiscal. O leilão é visto como uma “válvula de escape” para garantir receitas em um momento de incerteza, sem depender de variáveis fora do controle do Executivo.