Um pai brasileiro tenta há meses repatriar a filha, de 14 anos, que foi levada a um abrigo na Espanha após denunciar supostos abus sexuais pelo padrasto. Segundo investigações sigilosas, a adolescente relatou à escola que sofria agressões dentro de casa e que foi ameaçada pela mãe e pelo padrasto para não revelar os fatos. O Instituto Mallorquín de Asuntos Sociales (IMAS) emitiu uma medida de tutela urgente, afastando-a da família e transferindo-a para um centro de acolhimento temporário.
A mãe da jovem, que também está sob investigação, afirmou ao pai que a filha tinha “problemas psicológicos” e havia mentido sobre o padrasto. No entanto, documentos oficiais mostram que as autoridades espanholas já investigavam o caso desde 2020. O pai, que morava no Brasil, só descobriu as denúncias após contatar o consulado e o Itamaraty, que o informaram sobre os trâmites legais em andamento.
O paraense agora enfrenta burocracia e custos elevados para recuperar a guarda da filha, com advogados atuando no Brasil e na Espanha. Apesar do apoio consular, ele relata dificuldades em obter respostas do IMAS sobre o andamento do processo. Enquanto aguarda a repatriação, a adolescente permanece no abrigo, onde recebe assistência emocional e social, mas demonstra sinais de tristeza e angústia, segundo o relato paterno.