Um levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil revelou que, nos primeiros 100 dias do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, cerca de 700 brasileiros foram deportados — número que já representa 42% do total registrado em todo o ano de 2024. A pesquisa, realizada com 612 deportados entre fevereiro e abril de 2025, mostrou que a maioria é composta por homens jovens, com até 29 anos, muitos dos quais possuíam apenas o ensino médio. Grande parte havia chegado aos EUA há menos de três meses ou foi detida ao tentar cruzar a fronteira sem documentação.
O estudo destacou ainda que 35% dos deportados deixaram familiares nos Estados Unidos, incluindo filhos, o que agravou o impacto emocional da medida. Relatos de deportados indicam situações de detenção surpresa, mesmo para aqueles que tinham permissão de trabalho temporário. O governo brasileiro afirmou estar em diálogo permanente com autoridades americanas para garantir o respeito aos direitos humanos durante o processo de deportação, evitando casos como o de brasileiros que desembarcaram no país algemados.
Enquanto o número de deportações cresce, muitos deportados buscam recomeçar suas vidas no Brasil, mas enfrentam desafios para se reintegrar. O Ministério dos Direitos Humanos destacou a importância de oferecer apoio psicossocial e jurídico a essa população, além de reforçar a conscientização sobre os riscos da imigração irregular. A situação também reacendeu o debate sobre as políticas migratórias dos EUA e seus efeitos sobre famílias binacionais.