A produção brasileira de açúcar na safra 2025/26 (abril/março) deve atingir um recorde de 45,87 milhões de toneladas, um aumento de 4% em relação ao ciclo anterior, segundo estimativas da Conab divulgadas nesta terça-feira (29). O crescimento é impulsionado pela preferência das usinas pelo açúcar em detrimento do etanol, além da competitividade do país no mercado internacional, onde concorrentes como Índia e Tailândia enfrentam redução na oferta. A região centro-sul, principal produtora, deve responder por 41,8 milhões de toneladas, alta de 3,7% ante o ano anterior.
Apesar do avanço do açúcar, a safra de cana-de-açúcar no Brasil deve cair 2%, para 663,4 milhões de toneladas, devido a condições climáticas desfavoráveis em 2024 e uma produtividade 2,3% menor. Com isso, a produção de etanol de cana recuará 4,2%, para 28,1 bilhões de litros. O etanol de milho, por outro lado, deve crescer 11%, alcançando 8,7 bilhões de litros, compensando parcialmente a queda do biocombustível derivado da cana. No total, a produção de etanol (cana + milho) cairá 1%, para 36,8 bilhões de litros.
A Conab destacou que os embarques de açúcar devem se manter robustos, beneficiados pelos custos competitivos do Brasil e pela demanda internacional. Já o mercado interno de etanol seguirá influenciado pela relação de preços com a gasolina e pelas políticas de combustíveis. Enquanto o etanol hidratado (concorrente direto da gasolina) deve recuar 6,8%, o anidro (misturado à gasolina) terá alta de 10%, refletindo as escolhas estratégicas do setor.