O governo brasileiro aproveitará a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para defender uma candidatura feminina e unificada da região ao cargo de secretária-geral da ONU. Com o mandato de António Guterres terminando em 2026, o Brasil argumenta que a vez da América Latina e Caribe na indicação, seguindo o princípio da rotatividade regional. A secretária do Itamaraty, Gisela Padovan, destacou a importância de uma mulher no posto, já que a ONU nunca foi liderada por uma em seus 79 anos de história.
Entre os nomes considerados estão a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, e a ex-vice-presidente da Costa Rica, Rebeca Grynspan. Padovan enfatizou que a definição do nome ainda está em aberto, mas que uma candidatura unificada fortaleceria a região. O Brasil propôs duas declarações especiais na cúpula, incluindo uma sobre a necessidade de consenso para a escolha.
O desafio, no entanto, será encontrar um nome que una governos com posições políticas divergentes na região. A diplomata ressaltou que o processo ainda é preliminar, mas que o diálogo precisa começar agora para aumentar as chances de sucesso. A participação do presidente Lula na cúpula da Celac, em Honduras, reforça o compromisso do Brasil com essa agenda.