O governo brasileiro concedeu asilo político à ex-primeira-dama do Peru, que foi condenada por corrupção pela Justiça peruana. A decisão foi baseada na Convenção de Asilo Diplomático de 1954, da qual Brasil e Peru são signatários. A defesa da ex-primeira-dama destacou que todos os trâmites diplomáticos foram seguidos rigorosamente, incluindo o uso de um avião da Força Aérea Brasileira para seu transporte, conforme previsto no tratado. O governo peruano emitiu um salvo-conduto para permitir sua saída do país.
A ex-primeira-dama e seu filho menor de idade se estabelecerão em São Paulo, com os custos da viagem de Brasília à capital paulista sendo arcados pela defesa, sem envolvimento do governo brasileiro. O advogado responsável pelo caso, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que sua atuação foi voluntária e sem influência governamental, destacando também o caráter humanitário do asilo devido a uma recente cirurgia da ex-primeira-dama.
A oposição ao governo criticou a decisão, acusando o Brasil de se tornar um “porto seguro” para criminosos internacionais. Parlamentares e ex-autoridades públicas questionaram a suposta contradição em conceder asilo a uma condenada por corrupção enquanto o governo se opõe à anistia de envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O caso reacendeu debates sobre diplomacia, direitos humanos e a imagem do país no cenário internacional.