A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara aprovou a convocação do ministro das Relações Exteriores para explicar a concessão de asilo diplomático a uma ex-primeira-dama do Peru. Ela foi condenada por lavagem de dinheiro envolvendo empreiteiras brasileiras e buscou refúgio na Embaixada do Brasil em Lima. O governo brasileiro justificou a decisão com base em razões humanitárias, enquanto críticos argumentam que a medida contradiz a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, que não prevê benefícios para casos de corrupção.
O ministro terá de comparecer à Comissão após a convocação, que tornou sua presença obrigatória. Anteriormente, o Itamaraty havia sugerido uma agenda para daqui a 45 dias, o que foi mal recebido pelos parlamentares. A ex-primeira-dama e seu filho foram trazidos ao Brasil em um voo da FAB e receberam registros provisórios pela Polícia Federal, aguardando agora a decisão final sobre o pedido de refúgio pelo Conare.
A decisão gerou controvérsia, com parlamentares afirmando que o Brasil envia uma mensagem negativa à comunidade internacional ao acolher alguém condenado por crimes financeiros. A Convenção de 1954 permite que países concedam asilo diplomático a perseguidos políticos, mas não obriga nem regula casos envolvendo corrupção. O governo peruano destacou que a embaixada brasileira citou o tratado durante as negociações, enquanto o Brasil mantém que agiu dentro dos parâmetros humanitários.