A 200 dias da COP 30, que será realizada em Belém do Pará, o Brasil busca consolidar seu papel de liderança nas discussões globais sobre meio ambiente. O principal desafio é articular um financiamento climático de US$ 1 trilhão por ano, valor considerado essencial para implementar as metas do Acordo de Paris e conter o aquecimento global abaixo de 2°C. A conferência também será uma oportunidade para o país destacar avanços, como a redução do desmatamento e a nova NDC, que prevê cortes de até 67% nas emissões até 2035. No entanto, contradições persistem, como a expansão da produção de petróleo, que contrasta com os compromissos climáticos.
Entre os temas centrais da COP 30 estão o financiamento climático, com o plano “Baku-Belém” visando alcançar a meta de US$ 1 trilhão até 2035, e a criação do Fundo de Financiamento para Florestas Tropicais (TFFF), que pretende captar US$ 100 bilhões para recompensar países que reduzirem o desmatamento. Outros pontos incluem adaptação climática, com a definição de indicadores globais, e a “transição justa”, que busca equilibrar a economia verde com a inclusão social. A Amazônia, sede do evento, exemplifica os desafios, com cidades como Melgaço (PA) enfrentando vulnerabilidades sociais e ambientais.
Apesar dos avanços, o mundo ainda está longe de cumprir as metas do Acordo de Paris, com projeções de aquecimento entre 2,1°C e 2,8°C até o fim do século. O uso de combustíveis fósseis continua sendo um obstáculo, inclusive no Brasil, onde a Petrobras planeja explorar petróleo na Foz do Amazonas, gerando debates sobre riscos ambientais e necessidade de transição energética. A COP 30 será um teste crucial para o país, que precisa alinhar suas ambições climáticas com ações concretas e superar contradições para se firmar como líder global na agenda ambiental.