O Brasil deve aumentar suas exportações de soja para a China e de farelo de soja para mercados como Europa, Oriente Médio e Sudeste Asiático em 2025, segundo Daniel Furlan Amaral, diretor da Abiove. O cenário é impulsionado pela guerra comercial entre EUA e China, além de uma safra recorde de quase 170 milhões de toneladas, que já está praticamente colhida. O país surge como um fornecedor confiável em um momento de incertezas globais, com a China impondo tarifas retaliatórias aos EUA e o agronegócio brasileiro se beneficiando de relações comerciais sólidas.
Além disso, o Brasil também deve exportar mais óleo de soja após o governo suspender o aumento da mistura de biodiesel no diesel, de 14% para 15%. Parte da produção será direcionada ao mercado externo, enquanto o excedente pode ser destinado a estoques. Amaral destacou que a redução do biodiesel no diesel levará a um aumento nas importações do combustível fóssil, que já representou mais de 20% do consumo em 2024.
O setor de soja e biodiesel, que recuou 5% em 2024 devido a uma quebra de safra, deve se recuperar em 2025, impulsionado pelo processamento recorde e pela alta produção. O PIB do segmento, que inclui o biodiesel, foi o segundo maior da história em 2024, mesmo com a queda. Enquanto isso, o agronegócio brasileiro busca fortalecer sua posição global, aproveitando a demanda por alimentos em um cenário de tensões comerciais.