A Boeing está considerando revender dezenas de aviões originalmente destinados à China, após as tarifas de exportação impostas pelos EUA contra o país asiático complicarem as entregas. A empresa repatriou um terceiro jato para evitar estoques sem compradores, sinalizando publicamente a disposição de negociar as aeronaves em outros mercados. Durante teleconferência, executivos destacaram a demanda aquecida por aviões, mas admitiram que clientes chineses estão recusando entregas devido às tarifas, que atingiram 145% sobre produtos chineses nos EUA e 125% sobre itens americanos na China.
Possíveis mercados alternativos incluem Índia, América Latina e Sudeste Asiático, mas a realocação não é simples. Especialistas alertam que ajustes nas configurações dos aviões, como cabines personalizadas, podem custar milhões de dólares e criar complicações contratuais. A Boeing, que planejava entregar 50 aeronaves à China este ano, agora estuda opções para realocar 41 já construídas ou em produção, enquanto tenta equilibrar finanças e reduzir dívidas.
O impasse comercial entre EUA e China pressiona as companhias aéreas, que buscam capacidade adicional em um cenário de alta demanda. A Boeing, que perde espaço para a Airbus no mercado chinês, enfrenta desafios logísticos e políticos, como o retorno de três aviões enviados inicialmente à China. Analistas veem a situação como um reflexo dos custos da guerra comercial, embora haja sinais de abertura para reduzir tensões. O desfecho pode influenciar não apenas a estratégia da Boeing, mas também o equilíbrio do setor aéreo global.