Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau e uma das últimas figuras da ala progressista da Igreja Católica no Brasil, faleceu na noite desta terça-feira, 15, aos 92 anos. Nascido em Saltinho (SP) em 1933, ele foi ordenado padre em 1959 e tornou-se bispo em 1974, atuando como auxiliar do cardeal dom Paulo Evaristo Arns em São Paulo. Sua trajetória foi marcada pelo trabalho pastoral em comunidades carentes, como São Miguel Paulista, e pela coordenação da Pastoral Operária, onde construiu laços com movimentos sociais.
Em 2000, foi nomeado primeiro bispo da Diocese de Blumenau (SC), cargo que ocupou até os 75 anos. Após sua aposentadoria, fixou residência na Vila Brasilândia, em São Paulo. Dom Angélico era conhecido por sua proximidade com figuras públicas, tendo celebrado missas e cerimônias familiares para personalidades políticas, incluindo um presidente da República. Sua morte foi lamentada pela Diocese de Blumenau, que destacou sua dedicação ao ministério e seu legado na história da Igreja no Brasil.
A diocese enfatizou em comunicado a importância de sua jornada, pedindo orações por sua alma e celebrando sua contribuição para a fé católica. Dom Angélico deixou um legado de engajamento com causas sociais e uma vida dedicada ao serviço religioso, sendo lembrado como uma figura que uniu espiritualidade e ação pastoral em favor das comunidades mais vulneráveis.