A 15ª Bienal Internacional do Livro do Ceará reúne milhares de leitores e escritores em Fortaleza, com mais de 100 mil títulos em exposição. O evento destaca a participação das mulheres na literatura e a valorização da cultura regional, incluindo obras que retratam tradições quilombolas. Uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro revela que 62% dos compradores de mais de 10 livros no último ano são mulheres, reforçando o protagonismo feminino no mercado literário.
Entre as atrações, está o livro que documenta as receitas e memórias de comunidades quilombolas, mostrando como a culinária preserva identidades culturais. Dona Antônia, cozinheira quilombola, viu sua história transformada em literatura e participa pela primeira vez do evento. Além disso, gerações de escritoras se encontram na Bienal, desde jovens talentos como Stella Torelli, de 12 anos, até consagradas como Socorro Acioli, vencedora do Prêmio Jabuti.
A antropóloga Glória Diógenes ressalta a importância de obras que retratam a resistência e as vivências das mulheres, tanto no sertão quanto nas cidades. O livro físico ainda é preferência entre os leitores, como afirma a estudante Angélica Rodrigues, que valoriza a experiência tátil da leitura. A Bienal se consolida como um espaço de celebração da diversidade literária, conectando tradição, memória e novas vozes.
