Por séculos, o betel, uma noz pequena e verde que provoca um efeito estimulante natural, tem sido parte integrante da cultura de Hainan, especialmente em sua capital, Haikou. Vendido em pilhas em lojas de conveniência ou por vendedores ambulantes, o produto é popular entre motoristas de motocicleta, predominantemente homens, que mastigam a noz durante seus deslocamentos. Apesar de sua longa história, as vendas vêm caindo, sinalizando uma mudança nos hábitos locais.
A prática de mastigar betel, no entanto, não é isenta de controvérsias. Estudos associam seu consumo ao câncer bucal, um risco que pode estar influenciando a queda na demanda. Enquanto outras cidades do sul da China, como Chengdu e Guangzhou, são conhecidas por seus rituais de relaxamento social—como tomar chá ou comer dim sum—Hainan se destaca por essa tradição peculiar, que agora enfrenta desafios.
Apesar do declínio, o betel ainda mantém uma presença visível no cotidiano de Haikou, refletindo uma herança cultural resistente, mas em transformação. A mudança nos padrões de consumo pode indicar maior conscientização sobre os riscos à saúde ou simplesmente a influência de novos hábitos urbanos. Seja como for, o futuro dessa tradição permanece incerto.