A Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, tem visto um aumento significativo no número de visitantes desde que o Papa Francisco expressou seu desejo de ser sepultado no local. Em seu testamento, o pontífice rompeu com uma tradição de mais de 100 anos, que mantinha os caixões dos papas dentro dos muros do Vaticano. Francisco, que frequentava a basílica para orações antes e depois de viagens ou durante problemas de saúde, escolheu o local por uma conexão espiritual com Nossa Senhora, conforme relatado por fiéis e pelo cardeal responsável pelo sepultamento.
A basílica, construída no século V, abriga relíquias importantes para a tradição católica, como fragmentos da manjedoura do menino Jesus e uma pintura atribuída a São Lucas. A última vez que um papa foi enterrado fora do Vaticano foi em 1903, com Leão XIII. A decisão de Francisco, marcada por um tom pessoal e até humorístico — como brincou sobre “preparar um apartamento na casa de Maria” —, reforça seu estilo despojado e sua tendência a desafiar convenções.
O ambiente na basílica tem sido de comoção, com fiéis como o comerciante Erick Ribeiro destacando a emoção de estar no local. O dia encerrou com a oração do rosário, acompanhada por música de uma violinista que já homenageou o papa em ocasiões anteriores. A escolha de Francisco não só impacta a rotina do local, mas também simboliza mais uma ruptura com protocolos históricos, marcando seu legado de forma única.