Líderes da base governista estão negociando uma “solução meio-termo” para o caso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta risco de cassação após expulsar um manifestante a chutes da Câmara. A proposta em discussão é substituir a cassação por uma suspensão temporária do mandato, evitando assim que o parlamentar se torne inelegível por oito anos. Enquanto isso, Glauber continua em greve de fome há uma semana, o que preocupa aliados quanto à sua saúde e à sustentabilidade política do impasse.
O Palácio do Planalto atua de forma discreta para evitar a cassação, com ministros visitando o deputado e articulações lideradas pela ministra das Relações Institucionais. No entanto, parte do Centrão considera a situação irreversível, criticando a postura do parlamentar, que teria se isolado em vez de buscar diálogo. A relação tensa com o ex-presidente da Câmara também é apontada como um agravante, embora aliados acreditem que pedidos públicos de desculpas poderiam piorar o cenário.
O governo avalia que a cassação de um deputado de esquerda seria politicamente desgastante, especialmente porque sua suplente tem histórico de oposição ao presidente. O tema é tratado como delicado, e embora o Planalto prefira uma solução negociada, a decisão final depende do Conselho de Ética e do plenário da Câmara, onde o clima permanece polarizado.